Em termos artísticos , vanguarda é a palavra utilizada para designar aqueles que preveem e anunciam o futuro , os novos tempos. As vanguardas europeias são os movimentos que procuram expressar as contradições desencadeadas por tantas mudanças , tantos ganhos e simultaneamente tantas derrotas , vividas na Era da Máquina. Se nela , por um lado, costuram-se a velocidade, o progresso , a vertiginosa aceleração técnico-científica , por outro, também nela assimila-se dolorosamente a ausência de valores humanos, como os religiosos e os científicos , que são questionados em sua capacidade de gerar a felicidade e a justiça social. Assim, todas as convenções culturais e artísticas burguesas passam a representar o passado, transformam-se em alvo de crítica demolidora , mordaz, irreverente , niilista , isto é , negadora dos valores instituídos e defendidos até o século XIX. Os museus , as bibliotecas , as academias são alvos constantes das vanguardas , tanto quanto as formas fixas como o soneto , a rima e a métrica regulares, a linguagem dicionarizante e discursiva das tendências poéticas tradicionais. Iniciados no território das artes plásticas , os movimentos de vanguarda rapidamente se ampliam em direção às outras manifestações artísticas , defendendo a interdependência de suas linguagens , a integração entre a música , a escultura , a arquitetura , a literatura e o cinema. Entre as estéticas de vanguarda que provocaram uma revolução única no cenário artístico europeu e mundial, destacam-se o Futurismo , o Cubismo, o Dadaísmo e o Surrealismo. Vamos conhecê-los , a fim de iniciar a nossa travessia pela modernidade artística e literária.