Por Uma Outra Globalização


Diversos movimentos surgiram em todo o mundo frente às consequências negativas com que a globalização atingiu as várias sociedades, inclusive as de países ricos. Eles partem do princípio de que as multinacionais conquistaram tanto poder que estão dando forma ao mundo segundo os seus interesse econômicos . O governos dos países  desenvolvidos , quando defendem os seus interesses econômicos , estão defendendo , principalmente , espaço para a expansão destes grandes conglomerados multinacionais. Por outro lado , os países mais pobres disputam os seus investimentos atraindo a instalação destes menos conglomerados abrindo os  seus mercados. Esses movimentos se tornaram mais visíveis quando, no final do século XX, a OMC organizou em Seattle (EUA) a "Rodada do Milênio" para discutir as perspectivas do comércio internacional para o século XXI , com representantes do governo de 130 países. Diversas organizações da sociedade civil como ONGs (Organizações Não-Governamentais), sindicatos , ambientalistas , estudantes promoveram uma grande manifestação contra o evento, e o protesto foi reprimido pela polícia. De lá para cá, qualquer encontro da OMC ou dos países ricos virou ponto de encontro dos movimentos contra os rumos que têm trilhado o processo de globalização. Esses movimentos têm propostas e preocupações muito diferentes e até divergentes . Agrupam ambientalistas que estão preocupados com os grandes problemas ambientais mundiais, reformistas que lutam por uma globalização mais humana , sindicalistas que estão preocupados com os direitos dos trabalhadores , nacionalistas que querem maior defesa do mercado nacional, minorias negras, indígenas que lutam contra a discriminação , o MST que luta pela reforma agrária, enfim , uma lista interminável de grupos. Ainda não existe de fato um movimento homogêneo , mas uma série de movimentos que se unem em torno de um lema comum. Não existe uma única visão d emundo nem um grupo hegemônico entre eles. O Fórum Social Mundial de Porto Alegre , que ocorreu pela primeira vez em 2001, marcou a presença do Brasil na luta por uma globalização mais justa. Deu o primeiro passo para a discussão de propostas voltadas para a melhoria da qualidade de vida da sociedade globalizada e para a elaboração de estratégia comuns que agrupem os diversos movimentos para contrabalançar com a globalização do capital, preocupada prioritariamente com a obtenção de lucro.