A Vida Dos Artrópodes


Os artrópodes são animais que têm extremidades ou apêndices corporais articulados . Suas mais de 800 mil espécies correspondem de 70% a 80% de todo o reino Animalia. Os primeiros artrópodes surgiram na era Paleozóica , há 500 milhões de anos , quando predominaram especialmente nos mares , representados pelos trilobitas e pelos euripterídeos, alguns com até 3 m de comprimento , hoje grupos extintos. Nesses milhões de anos de evolução , os artrópodes se diversificaram muito , com excepcional capacidade de adaptação aos mais variados ambientes e modos de vida. Nos mares , por exemplo, vivem crustáceos fixos (cracas), livres (camarões e lagostas) e ainda flutuantes planctônicos, caso das numerosas espécies de microcrustáceos. Em água doce também existem muitas espécies de crustáceos e insetos, mas a maior número de artrópodes é terrestre, bem adaptados aos campos , desertos e matas , como insetos , aracnídeos, diplópodos (piolhos-de-cobra) e quilópodos (lacraias) . Além disso, em cada um desses ambientes, os artrópodes mantêm com outras espécies íntimas associações de predatismo, mutualismo e parasitismo. Neste último caso, devemos destacar a grande importância das espécies parasitas de plantas e  animais , incluindo os transmissores de parasitas para o ser humano.   Os artrópodes são animais de simetria bilateral, segmentados, protostômios, triblásticos e celomados, características também presentes nos anelídeos , a partir dos quais , acredita-se, tenham evoluído. No entanto , duas grandes novidades surgem no filo: as extremidades articuladas e um exoesqueleto resistente de quitina. As extremidades articuladas formam eficientes sistemas de alavancas e estão adaptadas às mais diferentes funções; salto, corrida, escavação, natação, preensão, trituração de alimentos , involução de veneno, cópula etc. A existência de um exoesqueleto em princípio impediria o crescimento, mas o problema foi resolvido pela ocorrência de mudas ou ecdises. Nesse processo , o esqueleto velho é rompido em alguns pontos e o animal sai dessa espécie de armadura , que é abandonada. Em seguida é produzido um novo esqueleto , de início mole, que permite um rápido crescimento do animal. Com o tempo, o esqueleto endurece e cessa o crescimento , que só voltará a ocorrer após a muda seguinte. Enquanto nos outros animais o crescimento é gradual, nos artrópodes ele ocorre aos saltos, nos intervalos as sucessivas mudas.