Deriva Genética



A frequência dos alelos em uma população pode mudar devido ao acaso, simplesmente. Isso pode ser observado mais facilmente em populações pequenas, quando, por acaso, morrem , por exemplo, mais indivíduos aa do que AA ou mais estes que aqueles. Observe que a mudança de frequência não ocorreu por mutação ou seleção natural , mas por acidente. Os indivíduos mortos ou que não tiveram descendentes não eram , nesse caso, os menos adaptados. Ou seja, desvios determinados pelo acaso podem alterar a frequência de um alelo independentemente de seu valor adaptativo. Esse fenômeno é chamado de deriva ou oscilação genética . Diferentemente da seleção natural , ele causa desvios na lei de Hardy-Weinberg mesmo sem proporcionar uma adaptação da espécie ao seu ambiente. Uma alteração na frequência de alelos pode ser percebida mais facilmente quando enchentes , terremotos , incêndios ou outras catástrofes ecológicas provocam a morte de grande número de indivíduos de forma não seletiva. A distribuição genética das populações poderá, nesse caso, ser bastante afetada. Foi o que ocorreu entre 20 mil e 10 mil anos atrás, quando algum fator reduziu muito o número de guepardos na África. Com isso , a variedade genética da população diminuiu. Os cruzamentos no pequeno produziram indivíduos homozigotos com dose dupla de alelos recessivos responsáveis por doenças genéticas. Muitas mutações não alteram a função das proteínas (Mutações Neutras).
Outras vezes, mesmo que tenha ocorrido alteração de proteínas , isso pode não afetar o sucesso reprodutivo do indivíduo. Nesses casos , a deriva genética pode alterar a frequência dessas mutações , podendo fazer com que se espalhem pela população ou acabem por desaparecer dela. Uma alteração na frequência alílica ocorre ainda quando um pequeno grupo de indivíduos migra para um novo habitat.  Nesse pequeno grupo, a distribuição dos alelos pode ser diferente da distribuição dos alelos na população original. Esse tipo de deriva genética é chamado de efeito fundador. Os descendentes de europeus que colonizaram a Africa do Sul , por exemplo, apresentam uma frequência alta de porfiria , doença genética que causa danos ao fígado e é rara em outras populações. Isso aconteceu de uma população inicial pequena , na qual , por acaso , a frequência do alelo para aquela doença era maior do que na população europeia original. O efeito do fundador pode explicar também por que entre os aborígines da Austrália não há grupo sanguíneo B nem AB. Aparentemente, o alelo para o grupo B estava ausente na pequena população que colonizou a Austrália e originou os aborígines.