Magnificação Trófica


A matéria orgânica presente no esgoto doméstico pode ser decomposta por micro-organismos , como as bactérias . Dizemos que ela é biodegradável. Um dos mais sérios problemas atuais é o acúmulo de poluentes no ambiente , como o chumbo , o arsênio e o mercúrio, que não podem ser decompostos pelos microrganismos ou por processos naturais. São poluentes não degradáveis ou não biodegradáveis. Há também poluentes que são degradados de forma muito lenta , chamados poluentes persistentes . É o caso de algumas moléculas sintéticas , como a maioria dos plásticos e alguns detergentes e inseticidas , como o DDT (letra tiradas do nome dicloro-difenil-tricloroetano), que demoram dezenas ou centenas de anos para se degradar. Os poluentes não biodegradáveis e os persistentes tendem a se acumular no ambiente e no corpo dos seres vivos , em um processo chamado de bioacumulação. Dependendo da concentração , podem provocar danos aos organismos. Por causa da redução da biomassa na passagem de um nível trófico para outro , a concentração do produto tóxico aumenta nos organismos ao longo da cadeia e os organismos dos últimos níveis tróficos acabam absorvendo doses altas dessas substâncias prejudiciais à saúde. Esse fenômeno é conhecido como magnificação trófica, biomagnificação ou amplificação biológica.  Um caso trágico de intoxicação por mercúrio ocorreu no Japão, quando uma indústria , instalada em 1932, começou a despejar mercúrio , usado na produção de matéria-prima para plásticos, nas águas da baía de Minamata. Esse metal foi absorvido pelo plâncton e , através da cadeia alimentar, atingiu os peixes e moluscos , que serviam de alimento para a população local. Por volta de 1950 , começaram a aparecer os problemas decorrentes do depósito de mercúrio no sistema nervoso , no fígado e nos rins , causando a morte de cerca de mil pessoas , além de provocar surdez , paralisia ou cegueira em mais de 2 mil pessoas , no desastre que ficou conhecido como "doença de Minamata". Em certas regiões do Brasil , principalmente na Amazônia os garimpeiros usam o mercúrio para separar o ouro das impurezas. Eles misturam esses dois metais para formar uma liga , o amálgama. Aquecendo-a , o mercúrio é vaporizado e resta o ouro puro.  Nesse processo , o garimpeiro pode se contaminar ao inalar os vapores tóxicos do mercúrio. Além disso, parte desse metal contamina  o solo e as águas , na forma do composto orgânico metilmercurio , que é ingerido por peixes e outros animais silvestres. Por isso é necessário investir em projetos de monitoramento da concentração local de mercúrio , além de conscientizar os garimpeiros da necessidade  de usar equipamentos para evitar que o mercúrio escape no ambiente e , quando for o caso, fornecer-lhes esses equipamentos.