Até a década de 1970 , de forma geral, a organização do espaço rural mundial era amplamente condicionada pela agropecuária. Essas atividades deveriam garantir não só o abastecimento de alimentos à população, mas também o fornecimento de matéria-prima a vários setores industriais e, em muitos casos , gerar excedentes exportáveis que permitissem a entrada de divisas no país. Naquela época , a grande maioria da população rural trabalhava na agropecuária. Atualmente , nos países e nas regiões em que predominam modernas técnicas de produção , os agricultores são a minoria dos trabalhadores e até mesmo dos moradores do espaço rual , em sua maioria, trabalham os habitantes da zona rural , em sua maioria , trabalham em atividades não agrícolas ou em cidades próximas . Ecoturismo e turismo rutal , hotéis -fazenda , campings , pousadas , sítios , casas de campo, restaurantes típicos , parques temáticos , prática de esportes variados , transportes , produção de energia , abastecimento de água etc. São atividades ruais que ocupam um contingente de trabalhadores maior que as atividades agropecuárias. Nos Estados Unidos , por exemplo , somente 12% dos trabalhadores da zona rural exercem atividade agropecuarista e , como veremos adiante, apenas 1% da PEA desse país está empregada nesse setor. No entanto, quando consideramos as pessoas que trabalham nas diversas atividades ligadas à cadeia produtiva que envolve a agropecuária (fábricas de insumos, sementes , tratores , irrigação, comercialização , transportes e outros , que compõem os agronegócios). A participação da PEA sobe para 20% , o mesmo ocorrendo em outros países desenvolvidos. Em contrapartida , onde a agropecuária é descapitalizada e utiliza técnicas rudimentares de produção , como é predominante nos países em desenvolvimento , especialmente nos mais pobres , a maioria dos trabalhadores rurais se dedica a atividades diretamente ligadas à agropecuária. Nessas regiões, o papel do Estado na regulamentação das relações de trabalho, do acesso à propriedade da terra e da política de produção, financiamento e subsídios agrícolas assume importância fundamental no combate à pobreza , à subnutrição e à fome . Já nos chamados "Estados Falidos", como Haiti , Sudão , Afeganistão, Timor Leste e outros dominados por conflitos e desagregação social, a ação internacional é muito importante para a busca do desenvolvimento socioeconômico. Em regiões e países de economia moderna , embora tenha havido redução no número de trabalhadores agrícolas , vêm aumentando a densidade de atividades encontradas no espaço rural e a de trabalhadores urbanos que aí querem residir , provocando alteração na distribuição da população entre cidade e campo. Além disso, muitos cidadãos urbanos trabalham no campo e se deslocam diariamente da cidade onde moram para trabalhar em agroindústrias ou em comércio e prestação de serviços localizados fora do perímetro urbano. Como vimos na base anterior, essa dinâmica alterou a tendência de aceleração do processo de urbanização ao longo do século XX nos países desenvolvidos ao longo do século XX nos países desenvolvidos e em alguns emergentes. No senso comum, somos levados a pensar que a maioria dos países desenvolvidos tem percentuais elevados e crescentes de população urbana , mas , na realidade , o percentual de população rural mostra-se bastante significativo em muitos desses países e , em alguns casos, maiores que o percentual de população rural encontrado em países em desenvolvimento e emergentes. Note que em países desenvolvidos , como a França e a Alemanha , o percentual de população residente na zona rural é relativamente alto e o número de trabalhadores agrícolas , pequeno. Isso quando comparado com alguns países emergentes e pobres, como o Chile e a Etiópia , cujo número de trabalhadores agrícolas chega a se equiparar ao número de moradores da área rural.