Se no período anterior as bases da Sociologia estavam dadas , mesmo com a presença de uma ditadura militar no Brasil a partir de 1964, a disciplina começou a expandir-se principalmente nos grandes centros urbanos e passou a relacionar-se com outros campos das ciências humanas. As discussões sobre o processo de industrialização crescente e a chamada "modernização" do Brasil foram o centro das atenções. A discussão sobre o desenvolvimento tinha relação com os estudos dos economistas. A questão educacional também esteve presente , pois , de alguma forma , todas as questões sociais estavam vinculadas à precariedade da educação nacional. Aqui a relação era com os pedagogos. Principalmente depois do golpe militar de 1964 , foram muito discutidos temas relacionados ao autoritarismo e ao planejamento , fazendo interface com a ciência política. Outras discussões e polêmicas estavam presentes : trabalho, formação da classe trabalhadora, sindicalismo, urbanização, transformações no campo , marginalidade social, dependência econômica , entre outras. Espelham essas preocupações a grande quantidade de livros publicados e, no interior das universidades, o interesse por disciplinas como Sociologia do desenvolvimento, Sociologia urbana , Sociologia rural, Sociologia Industrial e do trabalho, Sociologia do planejamento e Sociologia da educação e da juventude. A partir da década de 1980 , expandiram-se os cursos de pós-graduação (Mestrado e Doutorado) em Ciências Sociais e em Sociologia em todo o território nacional , elevando o nível , em número e qualidade , das pesquisas e do ensino de Sociologia. A presença da Sociologia no ensino superior e de pós-graduação consolidou-se no Brasil pelas mais variadas abordagens e com uma multiplicidade de temas , surgindo assim muitas "sociologias" especiais: do desenvolvimento , o trabalho , do conhecimento , da arte , da educação , urbana , rural , da saúde , da família , etc. As preocupações e temáticas anteriores continuam presentes , mas outras passaram a ser foco de interesse de muitos estudiosos , até com a realização de encontros e congressos específicos , como violência , gênero , religião, juventude , comunicação e indústria cultural. Muitos foram os intelectuais que, em diferentes áreas do pensamento sociológico , desenvolveram pesquisas e ensino. Entre outros , além dos já mencionados , relacionamos alguns dos que , a partir das décadas de 1960-1970, tiveram suas obras lidas e reconhecidas no Brasil e também no exterior : Octávio Ianni (1926-2004) , Fernando Henrique Cardoso (1931) , Leôncio Martins Rodrigues (1934), Heleieth Saffioti (1934) , Marialice Mencarini Foracchi (1929-1972) , Elide Rugai Bastos , Francisco de Oliveira (1933) , Luiz Eduardo Waldemarin Wanderley (1935) , José de Souza Martins (1938) , Gabriel Cohn (1938) , Luiz Werneck Vianna (1938) , Simon Schwartzman (1939) e Maurício Tragtenberg (1929-1998) . Uma nova geração de sociólogos encontra-se hoje nas diversas universidades brasileiras. Entre outros , podem ser citados : Sérgio Miceli (1945) , José Vicente Tavares dos Santos (1949) , Renato Ortiz (1947) , Gláucia Kruse Villas Bôas (1947) , Ricardo Antunes (1953), Elisa Reis (1946) , Brasílio Sallum Júnior (1946) e Laymert Garcia dos Santos (1948).