Aquecimento Global , Arqueas Metano gênicas e Bactérias Metano tróficas: Qual a Relação?


Existem estimativas que indicam que as arqueas metano gênicas liberam a cada ano 2 bilhões de toneladas de gás metano , cuja capacidade de aumentar o efeito estufa da atmosfera é de cerca de 21 vezes maior que a do gás carbônico. Todo o metano do ar atmosférico deriva da atividade desses procariontes e cerca de 1/3 desse metano vem das metano gênicas associadas aos intestinos dos herbívoros. A quantidade de metano na atmosfera dobrou desde 1860, contribuindo para o aumento do efeito estufa , responsável pelo aquecimento global. Esse aumento na produção de metano tem sido atribuído a diversos fatores, destacando-se o maior número de cabeças de gado nas criações e o incremento da decomposição de matéria orgânica vegetal devido ao aumento na quantidade de detritos vegetais. Muitas bactérias decompositoras que degradam a matéria orgânica por fermentação liberam CO² e gás hidrogênio (H²). As arqueas metano gênicas usam essas substâncias para produzir metano (CH⁴) e água. Outras metano gênicas usam outras substâncias, como acetato e metanol, como fonte de carbono. O metano produzido e liberado por essas arqueas pode ser oxidado na interface ar-água ou no topo do solo, por bactérias aeróbias chamadas metano tróficas. Essas. bactérias oxidam metano e liberam CO² que, apesar de ser um gás que aumenta o efeito estufa, o faz com menor intensidade do que o metano. Se essas bactérias conseguem degradar o metano, porque a quantidade desse gás está aumentando? Será que as atividades humanas, como poluição e aumento do uso de fertilizantes, têm inibido o crescimento das populações das bactérias metano tróficas? Cientistas têm procurado isolar essas bactérias e estudar quais são as condições ideais para seu crescimento, o que talvez possa ser importante para se tentar reduzir a quantidade de metano produzida e, consequentemente , o efeito desse gás no aquecimento global.